sábado, 15 de maio de 2010

Sobre Campos e Mares

Já havia arado os campos, os alicerces estava firmes, havia lenha para a lareira e comida na mesa. Era bom sentir os pés firmes nos chão e saber que estava em ordem de novo. Os dias eram gratas surpresas e tudo renascia novo e bonito. E então ouvi que ao longe se aproximava o vento, um vento inocente, mas poderoso. Reconheci que os ventos de tua tempestade, doce e letal. Senti o tremor da força de teus terremotos, criados por tuas palavras. As tuas águas implacáveis vinham em minha direção com a sede dos teus maremotos.

Entorpecido sob o peso da surpresa, meu munfo foi tomado pela tua presença repentina, num retorno violento ao meu viver. Me vi arrastado, acorrentado mais uma vez após muito tempo da tua ausência que era a presença mais certa em meus dias. E como um joguete, fui levado levado ao sabor de tuas ondas, enquanto o sopro de tua voz me brindava com o caos que criaste em meu coração já sarado de tua doença.

Agora não há mais campos, nem alicerces, a lenha há muito se fora e sigo faminto, perdido em tuas águas sem saber nem como e nem por que...

Se é para ser dilúvio, então que me guarde pelo menos nas profundezas do teu ser.

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