sexta-feira, 2 de julho de 2010

Branco do papel

Por onde andará minha alma? Através de que olhos distantes ela contempla o horizonte? Em que peito suspira nos fins de tardes? Por onde andará minha alma?
Em que caminhos devo andar, para que o acaso me surpreenda fazendo encontra-la? Através de que pés ela corre em direção à aurora? Como um rio quero que me leve em suas correntezas. Com que perfume ela seduz os corações? Com qual luz encanta sorrisos com seu sorriso? Onde se deita minha alma? E antes de adormecer, com que pensamentos fecha seus olhos e que sonhos habitam suas noites?
Que versos desesperados escreverá minha alma na solidão das rotinas? No papel em branco derrama seus sentimentos em formas de palavras, o que será que escreve?
De quem serei eu, a alma? Se vejo o avermelhado dos crespusculos, se meu peito se enche ansiedade e curiosidade, se meus pés correm pelo amanhecer, e quem levarei em minhas águas?
Sabemos que são as perguntas que movem o mundo e assim me movimento em sua direção.

E portanto, antes de fechar meus olhos e sonhar, escrevo esta carta desesperada no inquieto branco do papel.